Uma voz que te sussurra ao ouvido:
"Segue-me"
em ambiente film noir 2008 Lx
Sentes o arrepio que não te é completamente desconhecido, apesar de sempre novo e diferente, não dás espaço à dúvida, não questionas
Segues
Pressentes o calor do abraço que inevitavelmente te vai envolver, as roupas que vais despir à pressa, na ânsia de sentir mais, mais perto
Sorris
O olhar procura quem não queres perder, a rua ficou deserta, viras-te para trás, ninguém, nevoeiro cinzento denso
Sentes o lençol a enrolar-se nos pés, - não! lutas contra o despertar, em vão
Queres virar-te de barriga para baixo e continuar o sonho, - fuck! olhos bem arregalados agora
Tens os pulsos presos à cabeceira de uma cama de ferro, olhas em volta, paredes brancas, a luminosidade ténue não dá para perceber se é manhã ou final de dia
Um vulto por detrás dos cortinados de uma janela de varanda entra no quarto, contra-luz, não percebes quem
Carrego no play e visto-te com o som
Solto-te, beijo-te a ponta dos dedos, as mãos que tens frias
Abraço-te, fazemos amor como se fosse a primeira vez
Olho-te bem de frente, olhos nos olhos, reescrevo
Fazemos amor pela primeira vez
Sinto o lençol a enrolar-se nos pés, acordo lentamente e espreguiço-me
§
Boomp3.com
sábado, 25 de outubro de 2008
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Still
1, 2, 3
I guess it's up to me
now
to call it a day
and remember I still am
I am still
quietly still
afraid of moving faster
take leave of my senses
and just be me
without social boundaries
take off and discover
other mes and yous
in this huge grey space
that I call life.
§
Boomp3.com
I guess it's up to me
now
to call it a day
and remember I still am
I am still
quietly still
afraid of moving faster
take leave of my senses
and just be me
without social boundaries
take off and discover
other mes and yous
in this huge grey space
that I call life.
§
Boomp3.com
domingo, 5 de outubro de 2008
Reflexos
A hora é tardia
o sono pesa-me nas palpebras
teimo em não adormecer
Tenho os sentidos constipados
a imaginação dorida
se penso invade-me um medo
Vou parar de respirar
Olho para a parede e espero
A tua sombra aproxima-se da minha
agacha-se, toca-me nos cabelos
afasta uma madeixa da sombra que é o meu rosto
pega-me na mão e ergue-me
somos belos vistos assim de perfil
frente a frente
Tusso, doi, dobro-me ao meio
levanto a cabeça e volto a olhar
a imagem da minha sombra começa a desvanecer-se
num piscar de olhos abres as asas
enrosco-me no teu abraço
levantas voo e levas-me
Levanto-me e acendo a luz do tecto
de volta passo os dedos pela parede rugosa
perdi as sombras
nos meus lábios baila um sorriso.
§
Boomp3.com
o sono pesa-me nas palpebras
teimo em não adormecer
Tenho os sentidos constipados
a imaginação dorida
se penso invade-me um medo
Vou parar de respirar
Olho para a parede e espero
A tua sombra aproxima-se da minha
agacha-se, toca-me nos cabelos
afasta uma madeixa da sombra que é o meu rosto
pega-me na mão e ergue-me
somos belos vistos assim de perfil
frente a frente
Tusso, doi, dobro-me ao meio
levanto a cabeça e volto a olhar
a imagem da minha sombra começa a desvanecer-se
num piscar de olhos abres as asas
enrosco-me no teu abraço
levantas voo e levas-me
Levanto-me e acendo a luz do tecto
de volta passo os dedos pela parede rugosa
perdi as sombras
nos meus lábios baila um sorriso.
§
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sábado, 20 de setembro de 2008
Simple Pleasures
Crystal clear happy and renewed
running to the playground
right after the bell rung
Play hide & seek with memories
find long lost friends
I hadn't seen since yesterday
Ride high on a swing
toes touching the clouds
dizzie head with so much
all the time, everytime
Deep breathing to taste all flavours
and scents
Today the sky was bluer than ever
Did you look up?
§
running to the playground
right after the bell rung
Play hide & seek with memories
find long lost friends
I hadn't seen since yesterday
Ride high on a swing
toes touching the clouds
dizzie head with so much
all the time, everytime
Deep breathing to taste all flavours
and scents
Today the sky was bluer than ever
Did you look up?
§
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
A Viagem
"Mais um passo em frente" penso e afirmo para mim próprio, numa tentativa de envergonhar a hesitação e de assustar as fragilidades.
Há os que dizem que começar uma vida nova é como voltar a nascer, pois é bonito, sim senhor. Mas é pura fantasia e aposto que quem subscreve não tem consigo o peso da bagagem que eu carrego.
Embarco numa nova vida, não. Prefiro encara as coisas por outro prisma: embarco num outro percurso deste emaranhado de viagens que é a minha vida. O roteiro inicial não me é desconhecido, já por lá andei; sei que vou encontrar rostos diferentes, vou-me cruzar com corpos desconhecidos, passear por espaços que se modificaram com os anos; vou reparar em pormenores que me escaparam das outras vezes. Tenho outra idade, uma calma diferente; um olhar mais crítico e os ombros vergados pelo peso do que fui arrecadando noutras viagens.
Até podia atirar tudo ao ar, jogar fora o lixo, guardar em sítios especiais as memórias boas e em caixas bem seladas com fechos herméticos tudo o que de mau me aconteceu e chegar à janela e sacudir bem o meu saco. Sacudir até expulsar o último grão de poeira invisível e imperceptível ao toque. Talvez assim partisse mais leve para esta nova viagem... Só que eu não sou assim.
Quando me peso despido tenho o mesmo peso exacto de quando me peso vestido, pronto para partir de saco ao ombro. Minto, desta vez no mostrador da balança apareceram umas décimas de grama a mais. Mas eu sei a que se devem: trago no estômago dezenas de borboletas irrequietas que não param de dar às asas.
"Mais um passo em frente" penso, logo que esteja mais confiante e possa parar, descansar e respirar fundo, vou ver um arco-íris de cores a escapar-se pela minha boca. Dezenas de borboletas voarão rumo à liberdade.
Ficarei mais leve.
§
Boomp3.com
Há os que dizem que começar uma vida nova é como voltar a nascer, pois é bonito, sim senhor. Mas é pura fantasia e aposto que quem subscreve não tem consigo o peso da bagagem que eu carrego.
Embarco numa nova vida, não. Prefiro encara as coisas por outro prisma: embarco num outro percurso deste emaranhado de viagens que é a minha vida. O roteiro inicial não me é desconhecido, já por lá andei; sei que vou encontrar rostos diferentes, vou-me cruzar com corpos desconhecidos, passear por espaços que se modificaram com os anos; vou reparar em pormenores que me escaparam das outras vezes. Tenho outra idade, uma calma diferente; um olhar mais crítico e os ombros vergados pelo peso do que fui arrecadando noutras viagens.
Até podia atirar tudo ao ar, jogar fora o lixo, guardar em sítios especiais as memórias boas e em caixas bem seladas com fechos herméticos tudo o que de mau me aconteceu e chegar à janela e sacudir bem o meu saco. Sacudir até expulsar o último grão de poeira invisível e imperceptível ao toque. Talvez assim partisse mais leve para esta nova viagem... Só que eu não sou assim.
Quando me peso despido tenho o mesmo peso exacto de quando me peso vestido, pronto para partir de saco ao ombro. Minto, desta vez no mostrador da balança apareceram umas décimas de grama a mais. Mas eu sei a que se devem: trago no estômago dezenas de borboletas irrequietas que não param de dar às asas.
"Mais um passo em frente" penso, logo que esteja mais confiante e possa parar, descansar e respirar fundo, vou ver um arco-íris de cores a escapar-se pela minha boca. Dezenas de borboletas voarão rumo à liberdade.
Ficarei mais leve.
§
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sábado, 23 de agosto de 2008
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Lust
As pontas dos teus dedos
passeiam-se na palma da minha mão
desenhas letras, arabescos,
observas com calma a ânsia no meu olhar
disfarço, faço de conta que não é nada
respiro a música, fecho os olhos,
penso na maré revolta que me invade.
O arrepio de sentir o teu toque
a vertigem dos teus lábios a abocanharem os meus
o desejo urgente do calor da tua pele
quando se esmaga contra a minha,
a mão que me agarra o cabelo na nuca
e ajeita até à posição querida
num bailar de corpos violento
doce
abandono-me
somos à vez submissos e controladores
desta dança dos sentidos
entras em mim
mordo-te
vingas-te ao fazer-me esperar
e eu disparo num frenezim de movimento
em direcção ao infinito
para teu prazer
minha volúpia...
Frase batida: como se não houvesse amanhã.
Volto a respirar a música,
todos os poros em mim inspiram
abro os olhos
estou só, para além do tempo,
para além do sonho.
§
Boomp3.com
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passeiam-se na palma da minha mão
desenhas letras, arabescos,
observas com calma a ânsia no meu olhar
disfarço, faço de conta que não é nada
respiro a música, fecho os olhos,
penso na maré revolta que me invade.
O arrepio de sentir o teu toque
a vertigem dos teus lábios a abocanharem os meus
o desejo urgente do calor da tua pele
quando se esmaga contra a minha,
a mão que me agarra o cabelo na nuca
e ajeita até à posição querida
num bailar de corpos violento
doce
abandono-me
somos à vez submissos e controladores
desta dança dos sentidos
entras em mim
mordo-te
vingas-te ao fazer-me esperar
e eu disparo num frenezim de movimento
em direcção ao infinito
para teu prazer
minha volúpia...
Frase batida: como se não houvesse amanhã.
Volto a respirar a música,
todos os poros em mim inspiram
abro os olhos
estou só, para além do tempo,
para além do sonho.
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O sonho
Estou a descompensar. Uma destas noites sonhei que regressava folha em branco e cheio de vontade de a escrever de alto a baixo, com anotações nas margens e tudo.
Tenho andado aluado, pensamento sem norte, autómato a cumprir apenas o básico. Desdobro-me fazendo o possível para que não falte nada aos que me rodeiam, assim não sou tão notado. A vontade de me desligar por vezes é tão forte.
Escondo tanto dentro de mim que me baralho e acabo por me ir esquecendo do que quero esconder. O tempo passa e eu vou-me perdendo no que calo e no que escondo. O tempo passa e já me habituei a viver assim. O sonho deixou-me em pânico...
E se um dia destes eu tiver que começar mesmo a viver e a encher a tal folha?
§
Boomp3.com
Tenho andado aluado, pensamento sem norte, autómato a cumprir apenas o básico. Desdobro-me fazendo o possível para que não falte nada aos que me rodeiam, assim não sou tão notado. A vontade de me desligar por vezes é tão forte.
Escondo tanto dentro de mim que me baralho e acabo por me ir esquecendo do que quero esconder. O tempo passa e eu vou-me perdendo no que calo e no que escondo. O tempo passa e já me habituei a viver assim. O sonho deixou-me em pânico...
E se um dia destes eu tiver que começar mesmo a viver e a encher a tal folha?
§
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quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Japão Década de 1860
"Yogure wa
Kumo no hatate ni
Mono zo omou
Amatsu sora naru
Hito wo kou to te
Na hora do pôr do Sol
As nuvens estão enfileiradas como estandartes
E penso nas coisas:
É isso que significa amar
Alguém que vive para lá do meu mundo."
Poema de Sachi para o xógum Iemochi. In "A Última Concubina" de Lesley Downer, Dom Quixote 2008.
Fantástico livro que ando a ler! Recomendo.
§
Kumo no hatate ni
Mono zo omou
Amatsu sora naru
Hito wo kou to te
Na hora do pôr do Sol
As nuvens estão enfileiradas como estandartes
E penso nas coisas:
É isso que significa amar
Alguém que vive para lá do meu mundo."
Poema de Sachi para o xógum Iemochi. In "A Última Concubina" de Lesley Downer, Dom Quixote 2008.
Fantástico livro que ando a ler! Recomendo.
§
sábado, 2 de agosto de 2008
Memórias
Pois, parece que já estamos em Agosto... assim em modo de homenagem às férias de anos passados, e como não arranjei vídeo de jeito, deixo apenas a música. aqui
Enjoy ;)
LIBERDADE
De olhos fechados, deixo que a lembrança me leve até a uma estrada secundária perdida no coração do Alentejo. Viajo sozinha. O dia está quente, o sol a pique, as janelas do carro vão as duas abertas e o vento queima e sacode-me os cabelos enquanto guio, talvez mais depressa do que deva mas não tem perigo, não se vê vivalma a esta hora, já há muito que não me cruzo com outros carros.
Tenho a linha do horizonte pela frente, a perder de vista, acelero em direcção ao azul como se a qualquer momento o carro fosse levantar voo, garanto que se isso acontecesse eu não ficaria assustada, antes pelo contrário, far-me-ia sorrir um grande sorriso aberto e continuar em frente pelo puro prazer de conduzir.
O volume do rádio vai no que eu chamo de máximo aceitável, que é o mesmo que dizer muito alto, mesmo naquele ponto antes do som começar a sair distorcido. Eu canto a plenos pulmões, uma canção atrás da outra enquanto a cassete vai rodando. Era uma daquelas que tinha lá por casa e raramente ouvia, nem sei porque é que veio. Destoa no meio da colecção escolhida cuidadosamente para estes próximos dias. Quando me calo fica o sorriso estampado de orelha a orelha, até começar a cantar novamente.
Os campos estão secos, amarelos côr de terra. Ao longe vejo uma ave de rapina, única criatura viva para além de mim, nos últimos kilómetros. Bichinho corajoso, penso, também deve andar à procura de alguma coisa, para voar com este calor. Talvez se encontre e voe apenas pelo prazer como eu. Cheira a campo, o cheiro a pó da terra quente. Cheira a liberdade.
§
Enjoy ;)
LIBERDADE
De olhos fechados, deixo que a lembrança me leve até a uma estrada secundária perdida no coração do Alentejo. Viajo sozinha. O dia está quente, o sol a pique, as janelas do carro vão as duas abertas e o vento queima e sacode-me os cabelos enquanto guio, talvez mais depressa do que deva mas não tem perigo, não se vê vivalma a esta hora, já há muito que não me cruzo com outros carros.
Tenho a linha do horizonte pela frente, a perder de vista, acelero em direcção ao azul como se a qualquer momento o carro fosse levantar voo, garanto que se isso acontecesse eu não ficaria assustada, antes pelo contrário, far-me-ia sorrir um grande sorriso aberto e continuar em frente pelo puro prazer de conduzir.
O volume do rádio vai no que eu chamo de máximo aceitável, que é o mesmo que dizer muito alto, mesmo naquele ponto antes do som começar a sair distorcido. Eu canto a plenos pulmões, uma canção atrás da outra enquanto a cassete vai rodando. Era uma daquelas que tinha lá por casa e raramente ouvia, nem sei porque é que veio. Destoa no meio da colecção escolhida cuidadosamente para estes próximos dias. Quando me calo fica o sorriso estampado de orelha a orelha, até começar a cantar novamente.
Os campos estão secos, amarelos côr de terra. Ao longe vejo uma ave de rapina, única criatura viva para além de mim, nos últimos kilómetros. Bichinho corajoso, penso, também deve andar à procura de alguma coisa, para voar com este calor. Talvez se encontre e voe apenas pelo prazer como eu. Cheira a campo, o cheiro a pó da terra quente. Cheira a liberdade.
§
quinta-feira, 31 de julho de 2008
...
Mais uma noite de revivalismos saborosos, como não deu para importar o que realmente queria podem ver o resto nas seguintes URLs e continuar a viagem...
http://www.youtube.com/watch?v=hXo1f37Pexg
http://www.youtube.com/watch?v=tkRW8kBdgzg
Enjoy :)
§
domingo, 27 de julho de 2008
sábado, 26 de julho de 2008
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Se não podes vencê-la...
Vontades
Quero sair
Quero ganhar asas e voar
e atingir balanço
para que possa descer
num voo a pique vertiginoso
Quero gritar
Quero gritar bem alto
até arranhar a voz
e as entranhas de onde ela sai
ficarem em ferida
Quero mergulhar
Atirar-me para dentro da água
gelada e escura da noite
e nadar até que o ar me falte
e os pulmões comecem a doer
Quero riscar os olhos
vestir um vestido bonito
perfumar os pulsos e o colo
e sair para dançar
e dançar e sentir
e dançar...
E que o amanhecer me encontre
vencida pelo cansaço
aninhada no teu abraço
terno e vigilante
quente
§
Quero ganhar asas e voar
e atingir balanço
para que possa descer
num voo a pique vertiginoso
Quero gritar
Quero gritar bem alto
até arranhar a voz
e as entranhas de onde ela sai
ficarem em ferida
Quero mergulhar
Atirar-me para dentro da água
gelada e escura da noite
e nadar até que o ar me falte
e os pulmões comecem a doer
Quero riscar os olhos
vestir um vestido bonito
perfumar os pulsos e o colo
e sair para dançar
e dançar e sentir
e dançar...
E que o amanhecer me encontre
vencida pelo cansaço
aninhada no teu abraço
terno e vigilante
quente
§
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